2005-06-30

Reestruturação dos Serviços de Saúde Pública

Liliana Cristóvão, Sandra Jorge e Susana Daniel, TSAs, publicaram no Fórum de Saúde Ambiental uma mensagem sobre uma eventual "reestruturação dos Serviços de Saúde Pública". Lemos e decidimos intervir.

A seguir, reproduzimos o texto da mensagem que publicámos.

Olá!

As colegas propõem-se “marcar uma reunião com todos”. Com todos os TSA da SRS (Sub-Região de Saúde) de Lisboa. Para (com os TSA da SRSL) “organizarmos as ideias e podermos participar”. Na iminente reestruturação dos Serviços de Saúde Pública.

Ora bem...

1. Como nós não sabemos, objectivamente, que o SSP está “na iminência de sofrer uma reestruturação”, perguntamos: - O que é que sabem para além do que tem sido divulgado pelos órgãos de comunicação social?

2. Se não sabem mais do que o que é do conhecimento público, e o que é do conhecimento comum é escasso e só permite especulações (que provavelmente até nem se justificarão), perguntamos: - Não será um esforço inútil organizar ideias sobre o que não se sabe para participarmos no que não sabemos?

3. Se não sabemos em que consiste a iminente reestruturação do SSP, perguntamos: - A reunião que se propõem marcar não se consubstanciará, afinal, num bom pretexto para um convívio entre TSA, funcionários públicos da SRS de Lisboa?

4. Como sabem, o universo dos TSA é um pouco mais vasto: transpõe as fronteiras da função pública e abrange todo o país.

5. Se sabem mais do que nós sabemos e se têm, já, algumas ideias organizadas, propomos:

- Divulguem o que sabem sobre a reestruturação do SSP.
- Exponham, mesmo em síntese e em linguagem coloquial, as ideias que já organizaram.
- Marquem a reunião, indicando a data, a hora e o local. E, sobretudo, a Agenda de Trabalho, com a enunciação dos objectivos (genérico e específico) e a identificação do(s) moderador(es).

Teessea

2005-06-27

Conversando...


Links

Aqui ao lado, como decerto já repararam os leitores mais assíduos do JSA (Jornal de Saúde Ambiental), na rubrica Links criámos alguns espaços com hiperligações que seleccionámos com o objectivo de proporcionarmos o acesso a informação generalista e especializada.

Tratando-se de uma selecção que obedece a critérios pessoais, admitimos que seja questionável. Mas nós esclarecemos:

- No espaço reservado à Imprensa, nós inserimos os títulos dos órgãos de informação que em suporte de papel habitualmente lemos. Três de Portugal, um de Espanha, de França e do Reino Unido e dois dos EUA.


(Confessamos que a inserção do Washington Post se deve sobretudo a uma relação afectiva que estabelecemos quando do caso Watergate - somos velhos, como já aqui anunciámos...).

- Nos outros espaços ( e criaremos mais, que estamos a organizar), pretendemos abranger as áreas de intervenção dos profissionais de Saúde Pública, sobretudo dos TSA.

O JSA

Reconhecemos que manter o JSA, o Jornal de Saúde Ambiental, não é uma tarefa fácil. Mas acreditamos que será possível.

Começámos há cerca de três meses. Absolutamente ignorantes sobre a construção de blogues. Desde há dois meses, quando instalámos um contador de visitantes/leitores, registámos um número de consultas que nos anima. Cerca de 1600. Excelente!... Um facto que nos motiva para prosseguirmos, apesar de ainda não termos concretizado um dos objectivos do nosso projecto: a interacção com os leitores, sobretudo com os TSA.

Mas continuamos a acreditar que será possível!...

Pelas Zonas Balneares, a Estação...


Agora que estamos no começo da época balnear, quando iniciamos (no âmbito dos SSP, Serviço de Saúde Pública) o cumprimento do Programa de Vigilância Sanitária das Zonas Balneares, lembrámo-nos de um pequeno episódio que nos surpreendeu há cerca de oito anos.

No Centro de Saúde onde estivemos, um Centro de Saúde que pertence à ARSC (Administração Regional de Saúde do Centro), ao consultarmos a papelada - permitam-nos o uso desta expressão para classificar a quantidade de impressos, a maior parte absolutamente inútil , que ali então ainda se utilizava - encontrámos uma Ficha relativa à colheita de amostras de água numa zona balnear.

Quase todos os registos estavam correctos. Excepto um: no item Estação estava manuscrito (pela TSA que nos precedeu): - “Primavera”.

Sorrimos, mas não fizemos outro juízo de valor. Porém, mais tarde, quando estivemos com a colega que preencheu aquele documento, questionámo-la. E a colega respondeu-nos:

- “Como eu não sabia, consultei a MSP/AS que me respondeu, com alguma dureza: - “Então não sabe?... Junho é na Estação da primavera!”.

2005-06-17

Questões de Saúde Ambiental

A copa do pinheiro

Passaram-se duas semanas desde que apresentámos no JSA, Jornal de Saúde Ambiental, uma questão de saúde ambiental que nos fora exposta por um cidadão do concelho onde exercemos a actividade profissional.

Como prometemos, hoje divulgamos a decisão que tomámos. Assim, transcrevemos o Parecer Sanitário que emitimos:

1. Exposição

Na exposição que nos apresentou, o Sr. E informa-nos que “O problema (...) prende-se tanto com a séria reacção alérgica que as partículas naturais que o pinheiro liberta estão a provocar nas vias respiratórias de algumas pessoas da nossa família, como também, o facto de o pinheiro provocar a queda em grande quantidade dessas partículas naturais (descrevemos como pó amarelo, folhas persistentes em forma de agulhas agrupadas aos pares e pequenas lagartas) para cima do (...) telhado, acabando por virem parar ao nosso quintal” e solicita-nos a intervenção “de modo a ser possível a resolução definitiva deste problema”.

2. Relatório

1. Verificámos que no quintal do prédio vizinho, do Sr. V, existe um pinheiro cujos ramos, em parte, pendem sobre a cobertura de pequenas instalações no quintal do requerente utilizadas como arrecadação e alojamento de galináceos para consumo doméstico.

2. Além da queda de folhas (caruma), que se amontoam naquela cobertura, o pólen e as lagartas (vulgarmente conhecidas por processionárias) do pinheiro podem constituir um problema de saúde pública (alergias na pele, no globo ocular e no aparelho respiratório) e prejudicar a saúde tanto dos utentes do prédio do requerente como do prédio do Sr. V .

Nestas circunstâncias, reconhecemos que a localização do pinheiro constitui um risco grave para a saúde.

3. Parecer

1. Considerando os riscos para a saúde associados à presença do pinheiro naquele local,

1.1. O Sr. V deverá proceder ao tratamento da árvore, para prevenir os riscos para a saúde pública susceptíveis de ser originados pelas lagartas processionárias.

1.2. Ao requerente, o Sr. E, cabe o direito de proceder em conformidade com o disposto no Número 1. do Artigo 1366º. do Código Civil, que transcrevemos: - “É lícita a plantação de árvores e arbustos até à linha divisória dos prédios; mas ao dono do prédio vizinho é permitido arrancar e cortar as raízes que se introduzirem no seu terreno e o tronco ou ramos que sobre ele propenderem, se o dono da árvore, sendo rogado judicialmente ou extrajudicialmente, o não fizer dentro de três dias”.

Jornal de Saúde Ambiental

Para informação dos leitores, divulgamos a lista (dividida por módulos mensais) de todos os textos que publicámos desde que em 05/03/06 criamos o Jornal de Saúde Ambiental.

Maio

Gestão de Riscos nos Estabelecimentos de Saúde
Conversando...
Conversando...
Conversando...
Questões de saúde ambiental: a copa do pinheiro
Conversando...
Coolfoodplanet
Salud y Medio Ambiente – um Boletim electrónico
Transporte de mercadorias perigosas – Normas e Equipamentos de Segurança
Caixa de Primeiros Socorros num veículo de transporte de mercadorias perigosas
Conversando...
Encontro Nacional de TSA - Organização
Saúde Ambiental no Portal de Saúde Pública
Ao telefone
O Senhor das Águas
Norma ISO 9001:2000
Conversando...
Técnicas de Prevención de Riesgos Laborales
Código Civil on line
Encontro Nacional de TSA?
Há “Conversas” no ISLA - Santarém
Conversando
Asociación de Técnicos de Salud
Se non é vero, é bene trovato
Espanha, um bom mercado de trabalho
Blog saudeambiental (*)
Técnicos de Saúde Ambiental em Espanha

Abril

Rede de Informação em Saúde Ambiental - Abril
O Portal de Saúde Pública e os TSA
O mundo da água
Notícias de Saúde Ambiental
NORMA ISO 16001:2004
Uma das propostas que já nos foi apresentada, no â...
Inquérito sobre o Blogue
Intervenções em Saúde Pública: como garantir efectividade?
O estatuto dos TSA - Uma questão recorrente
Semana Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho – 2005
Environmental Health Perspectives
O uso de detergentes e a produção de clorofórmio
Livro electrónico de Ciências do Ambiente
XVI Escola de Verão de Saúde Pública - 2005
I Encontro de Educação para uma Nova Cultura da Água
Debate sobre a Gestão da Água e a Seca
SHST nos Centros de Saúde
Questionar a técnica
Vigilância Sanitária dos Estabelecimentos de Produtos Alimentares
Planos de Segurança e Saúde na Construção
Internet e Saúde Ambiental - II
2º. Congresso das Ciências e Tecnologias da Saúde
Tratamento e Purificação da Água
Internet e Saúde Ambiental
O conteúdo funcional dos TSA - III

Março

Conversando com os leitores
O conteúdo funcional dos TSA - II
Estabelecimentos de Tattoo e Body Piercing
O conteúdo funcional dos TSA
O perfil do TSA
X Encontro Nacional de Saúde Pública
Como publicar um comentário
Consultório - Clínicas de Estética
Consultório
Conversando com os leitores
Um Guia, que não recomendamos
Manual de Boas Práticas em Saúde Ocupacional
Um portal de SHST
Nota de início

2005-06-16

Sob uma onda de calor...


As alterações climáticas a que assistimos, talvez se devam à poluição atmosférica. Confessamos a nossa ignorância: em concreto, nós não sabemos a causa. Haverá decerto múltiplas causas. O que sabemos é que muito provavelmente nós ainda só estamos na fase inicial de todo o processo. Não tarda e nós, aqui em Portugal, não teremos água. Para satisfazer as nossas necessidades, individuais e comunitárias. E sem água...

Mantendo-nos na perspectiva de ignorantes, consideramos que o problema do abastecimento de água, indispensável para a sobrevivência da espécie humana, exige que, a par das medidas que se adoptaram para se evitar o desperdício e se reduzir o consumo (medidas que deverão ser progressivamente cada vez mais rigorosas), se intensifique a pesquisa de outras soluções. A dessalinização da água do mar, por exemplo, é uma solução – aliás, preconizada pelo UNEP para a região de Almeria, no sul de Espanha.

Parece-nos básico que atingimos um ponto em que, por diferentes razões (económicas, políticas, sociais), nós não dominamos as alterações climáticas. Definitivamente, não será um ponto sem retorno. Todavia, as medidas que se adoptaram para diminuir as emissões gasosas para a atmosfera, tendentes a reduzir o efeito de estufa e a destruição da camada de ozono, são obviamente insignificantes.

Resta-nos tomar consciência dos problemas ambientais, de que só temos uma terra (“que nos foi emprestada pelos nossos filhos”, como afirmou Petra Kleine) e de procurar alternativas. Para sobrevivermos. Antes de todos nós sermos biocibs. Só aparentemente humanos...

Um planeta, muita gente

Para assinalar o Dia Mundial do Ambiente (5 de Junho), o UNEP, United Nations Environment Programme, sob o título “One Planet, Many People” editou um atlas do ambienta (Atlas of Our Changing Environment) que está disponível (em pdf).

A documentação (em inglês), profusamente ilustrada, com imagens inéditas recolhidas por satélite, analisa as condições actuais de zonas costeiras, zonas húmidas, atmosfera e dos grandes aglomerados populacionais.

Um documento de consulta obrigatória.

2005-06-15

Guia da Agenda 21 na Escola

Na sequência de uma informação que nos foi transmitida, visitámos o site da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto e consultámos o “Guia da Agenda 21 na Escola – Ideias para implementação”.

Apresentado como sendo “um guia para que as escolas se possam tornar cada vez mais amigas do ambiente”, o Guia da Agenda 21 na Escola é um bom instrumento de trabalho (que pode ser descarregado livremente) que nos parece ser do interesse de todos os profissionais de saúde motivados para a Educação Ambiental.

Escrevem os autores que “o exercício da cidadania não é inato, deve ser aprendido. E as escolas têm esse papel (...) e de ensinar às crianças e jovens que podem ter uma parte activa na comunidade”.

Para uma melhor informação dos leitores do Jornal de Saúde Ambiental, divulgamos o Índice daquela publicação:

ÍNDICE

1. Introdução: o contexto em que surge a Agenda 21 na Escola
1.1 Um breve historial da Educação Ambiental e do conceito de Desenvolvimento Sustentável
1.2 Desenvolvimento Sustentável na Europa e em Portugal

2. Agenda 21 na Escola: do conceito à prática
2.1 A importância da escola
2.2 A Agenda 21 na Escola em pequenos passos
2.2.1 FASE DE MOTIVAÇÃO
2.2.2 FASE DE REFLEXÃO
2.2.3 FASE DE DIAGNÓSTICO
2.2.3.1 Diagnóstico sobre os conteúdos curriculares e os métodos de ensino e aprendizagem
2.2.3.2 Diagnóstico sobre o espaço onde se ensina e aprende
2.2.4 FASE DE ACÇÃO
2.2.5 FASE DE AVALIAÇÃO
2.2.5.1 Comunicar os resultados

3. Alguns recursos.

2005-06-09

5ª. Feria SALVSLABORIS

O Instituto Europeo de Salud y Bienestar Social organiza, de 4 a 7 de Outubro, no Palacio de Congresos, em Madrid, a 5ª. Feira SALVSLABORIS.

No decurso da feira realizar-se-ão vários colóquios e conferências sobre diferentes temas, susceptíveis de interessar a ES, MSP e TSA, designadamente sobre:

- Alterações climáticas e saúde
- Saúde no trabalho
- Responsabilidade social corporativa
-
Estresse (stress)
- Segurança Rodoviária


Como escreve Vanessa Couto no e-mail de apresentação da 5ª. Edição da Feira, “La feria Salvslaboris, que se celebra por quinto año consecutivo, se ha consolidado como una corriente de opinión en el que personalidades, autoridades y líderes impulsarán las nuevas tendencias de obligado cumplimiento en materia de prevención, medio ambiente y salud”.

Para a obtenção de mais informações, os leitores interessados deverão clicar em
SALVSLABORIS.

2005-06-08

Radiações electromagnéticas e Saúde Pública

Pela actualidade do tema, recomendamos a consulta de Radiaciones electromagnéticas y salud publica, um excelente trabalho, em PowerPoint, de Sara Manríquez (Chile), publicado na edição Nº. 147, de 05/06/03, de Prevention World Magazine, que recebemos por correio electrónico.

Em linguagem simples e objectiva, depois de justificar o problema no âmbito da Saúde Pública, esclarece-nos sobre as radiações não ionizantes, espectro electromagnético, radiofrequência e microondas, e propõe-nos algumas medidas para protecção dos trabalhadores expostos.

É um documento didáctico. É também um excelente instrumento pedagógico.

2005-06-06

Conversando...

Morrer a Trabalhar

Com objectivos funcionais, justificados no texto
Aperfeiçoamento X, (04/06/05), o blogue morrer a trabalhar passou a designar-se por Morrer a Trabalhar – O Blog de Segurança e Saúde no Trabalho.

Aqui ao lado, na coluna de Links, já procedemos à alteração da designação.

Jornal de Saúde Ambiental no Morrer a Trabalhar

Atento, JRFT Pinto - o administrador daquele Blogue - também noticiou a modificação que efectuámos no título.

No texto saudeambiental ou Jornal de Saúde Ambiental escreve que é um jornal que gosta de ler. “Apesar de – comenta – algumas das suas posições me parecerem um pouco corporativistas, são posições necessárias numa profissão (...) que se encontra em fase de afirmação”.

Agradecemos o reparo. Embora nos esforcemos por evitar o corporativismo, admitimos que alguns dos textos aparentem essa qualidade. Que não queremos que rotule o Jornal de Saúde Ambiental. Um jornal, como escrevemos na Nota Inicial, aberto a todos os profissionais de saúde pública. Mas desenvolvido na perspectiva dos TSA.

HSTAPT

Por curiosidade fomos ver a que correspondia a sigla HSTAPT. É um blogue sobre Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho em Português que nos parece bem organizado e muito bem documentado.

Portfolio_TecnoCultura


Dirigida por Nilza Sousa, a revista Portfolio_TecnoCultura será apresentada ao público na próxima quinta feira 05/06/09, pelas 21.30 horas, no Teatro Sá da bandeira, em Santarém.

Arte, Imagem, Media, Música, Teatro, Media e Corpos Artificiais são algumas das áreas abrangidas pela Portfolio_Tecnocultura, uma publicação cujo projecto foi desenvolvido ao longo do ano lectivo, na disciplina de Estratégias de Comunicação, pelos alunos do 4º. Ano de Comunicação Empresarial e Social do ISLA (Instituto Superior de Línguas e Administração) de Santarém.

Os leitores interessados em participar na sessão de lançamento deverão contactar Ana Raquel Lopes (Relações Públicas) pelo Telefone Nº. 939 459 538.

5 de Junho, Dia Mundial do Ambiente


Há uns anos, acreditava-se que “A comemorar também se aprende”. Depois, progressivamente, com a banalização do “Dia de Qualquer Coisa”, qualquer iniciativa dessa natureza já não mobiliza as populações.

Pelos noticiários, soubemos que o Conselho de Ministros se reuniu no Algarve e que aprovou um conjunto de diplomas que perspectiva a protecção e a promoção do ambiente. Vamos esperar que sejam publicados, lê-los e depois eventualmente voltaremos aqui ao Jornal de Saúde Ambiental para os comentarmos.

Soubemos, também, que um grupo de escuteiros de Portalegre promoveu a limpeza de uma determinada área da Serra de S. Mamede. Provavelmente noutros locais foram desenvolvidas acções semelhantes. São acções isoladas, sem continuidade. Valem o que valem. Demonstram que consciente ou inconscientemente continuamos a agredir o ambiente em que vivemos. A pôr em causa a sustentabilidade do meio. A pôr em causa a nossa sobrevivência como espécie.

No Dia Mundial do Ambiente, 05/06/05

Vivemos num lugar isolado no Centro do país. Perto de uma ribeira, junto de um prado onde pastam ovelhas, num local aonde se acede por uma ponte cujo piso é de traves de madeira (traves que trepidam sob a passagem de um automóvel) e por um caminho alcatroado, marcado por postes onde nidificam as cegonhas.

O trânsito automóvel é rarísssimo. Defronte de casa não passam dez automóveis por dia. Dormimos tranquilamente; acordamos de madrugada com o cantar dos galos, o chilrear dos pássaros, o balir das ovelhas.

Um espaço (que parece) idílico.

Ontem, Dia Mundial do Ambiente, não saímos de casa. Ao fim da tarde, quando quisemos ir para o pequeno quintal, no logradouro posterior, tomar uma bebida fresca e ler, reparámos numa senhora idosa, vestida de preto, que a cerca de 50 metros de distância atravessava o campo. Quando a vimos baixar-se por detrás de um arbusto, afastámo-nos rapidamente. Por pudor. Cerca de uma hora mais tarde, quando voltámos ao quintal, a mesma senhora estava de cócoras, eventualmente a urinar.

Retirámo-nos, consternados. Em 2005, na Europa, ainda há um lugar onde haverá habitações sem casa de banho.

Os escuteiros de Portalegre, terão procedido à recolha de resíduos na Serra de S. Mamede. O Governo terá aprovado a Lei da Água, entre outros diplomas. Mas, ali, no lugar onde moramos, uma vizinha ainda cumpre um hábito antigo mais consentâneo com o século XVIII.

Repito: Ontem, Dia Mundial do Ambiente, uma senhora idosa ainda cumpre um hábito antigo mais consentâneo com o século XVIII.

2005-06-02

Atropelos à ética profissional


1. A pedrada no charco

A intervenção de um TSA no Fórum de Saúde Ambiental, a denunciar comportamentos e procedimentos que no mínimo ferem a ética profissional dos TSA (e decerto que também a de outros profissionais de saúde, designadamente dos MSP) é mais uma pedra lançada no charco em cuja margem nos movimentamos.

Leiam a mensagem
Eventual exercício de funções de TSA sem os requisitos legais (5) e os comentários que entretanto foram publicados.


2. Outros casos

Nós conhecemos outros casos, tanto ou ainda mais patéticos (para não escrevermos graves) do que aqueles que foram objecto daquela intervenção.

Para não ocuparmos muito espaço, hoje relataremos sumariamente um caso que é do conhecimento da generalidade dos TSA (e dos MSP), sobretudo daqueles que exercem a actividade há pelo menos 10 anos.


3. Na ARS de Santarém

Uma funcionária que prestava apoio administrativo à ES (Engenheira Sanitarista), depois de concluir o curso na área da sanidade animal que frequentava na Escola Agrária de Santarém, apoderou-se progressivamente do Gabinete de Engenharia Sanitária. Ao ponto de, mais tarde, noutras instalações para onde o Gabinete fora transferido, se terem subvertido as funções de cada uma.

De facto, durante meses, a Engenharia Sanitária foi gerida pela funcionária administrativa.

Nós sabemos que nesse tempo até se justificaria que na ARS (hoje SRS) de Santarém a Engenharia Sanitária integrasse um profissional com formação na área da sanidade animal. Os subsídios concedidos pela CEE (posteriormente UE) e distribuídos pelo governo português fomentaram o desenvolvimento da produção suinícula de tal modo que os estabelecimentos de suinicultura eram instalados um pouco por toda a parte, inclusivamente no logradouro de tardoz da moradia de um oportuno suinicultor. Mas a subversão de papeis a que se assistia era intolerável. Um TAS (Técnico Auxiliar Sanitário) que não pactuou, adoptando uma atitude de resistência quase solitária, esteve muito perto de ser objecto de um processo disciplinar.

A normalização (estivemos para escrever a legalização) do funcionamento da Engenharia Sanitária só foi reposta quando o Presidente da ARS foi substituído.

4. Comentário final (mas não definitivo)

Na historia da humanidade os acontecimentos são cíclicos. Com outros personagens e noutras circunstâncias, repetem-se. Sobretudo quando se atravessam períodos críticos nos planos social e/ou sócio-economico.

Aparentemente, estamos à beira de outro período que é susceptível de favorecer a subversão de valores e a violação de direitos adquiridos.

Estejamos atentos.

2005-06-01

Programas e Projectos da Direcção-Geral da Saúde, 2005


No site da DGS, Direcção-Geral da Saúde, consultámos o documento Programas e Projectos da Direcção-Geral da Saúde, 2005, disponibilizado em 23 de Maio do ano em curso.

Reconhecemos que não procedemos a uma leitura demorada do documento. Mas detivemo-nos nas páginas (49 – 78) relativas à Saúde Ambiental. São referenciados cerca de duas dezenas de Programas/Projectos, desde Ambiente e Saúde (OMS), cujo objectivo consiste na Promoção da integração da Carta Europeia de Transportes e Saúde, até Curso IUCLID e REACH-IT.

As Fichas relativas a alguns dos Programas/Projectos estão em branco, designadamente a ficha relativa ao Projecto/Programa de Integração da Carta Europeia Transportes e Saúde. Mas também, entre outras, as Fichas de Resíduos Hospitalares e integração no SISA, Cianobactérias em sistemas dulceaquícolas. Noutras, não são descritos os objectivos, como sucede, por exemplo, nas Fichas de Risco relacionado com a utilização da água e Resíduos Hospitalares e integração no SISA.

Aparentemente, para além da omissão de alguns elementos, a revisão do documento antes da divulgação no site deixou passar alguns erros. Sem pretendermos ser exaustivos, observamos que logo no início, na Apresentação do Plano Nacional de Saúde, é referido: "Fóruns regionais: a serem realizados em Novembro de 2003; Fórum Nacional: a ser realizado em Dezembro de 2003"...

Porque se trata de um documento classificado como instrumento de gestão, com interesse sobretudo para os profissionais de saúde, entendemos que previamente à divulgação pública a revisão devia ser mais exigente. (*)

......................

(*) Mais exigente, também deveria ter sido a revisão do Programa de Vigilância Sanitária de Piscinas de Hidroterapia e com Fins terapêuticos, Janeiro de 2005, editado pelo Centro Regional de Saúde Publica de Lisboa e Vale do Tejo, anexo à Ordem de Saúde Pública Nº. 1/2005, de 17 de Janeiro. Parece-nos até que (decerto por distracção) o documento distribuído corresponde ao rascunho. Senão leiam:

Quando justificados pelos dados analíticos e epidemiológicos, os serviços de segurança e higiene do trabalho e/ou controlo de infecção quando se trate de hospitais e outros, se existirem, e/ou delegado de saúde concelhio ou adjuntos, devem realizar estudos orientados para a avaliação do risco relativamente aos utentes quer aos trabalhadores. Português muito confuso!...e trapalhão… ".

Conversando...

Alterações

Depois de alguma reflexão, e após a publicação de cerca de setenta textos de natureza diversa (sem contarmos com os comentários dos leitores - os nossos melhores colaboradores) decidimos alterar a designação do blogue. Para melhor cumprirmos os objectivos que nos propusemos concretizar, a partir de agora assumimos que o saúdeambiental é um jornal. Por conseguinte, terá por título Jornal de Saúde Ambiental.

Esperamos que os leitores (sobretudo os mais fieis) não se afastem.